sexta-feira, 20 de abril de 2007

Amarelinha

por Silvio Lourenço, em setembro de 2005.

Tem céu,
tem também inferno.

A pedrinha,
lançada com fé
procura o céu
mas uma geografia perversa (parece que o Coisa-Ruim trama isso)
faz o inferno alargar
e por um largo pequeníssimo
cai o sortilégio
um pouco pra lá de onde deveria.

Aí a gente tem que pular
os pedaços marcados
coisas lindas e desejos gozosos
quedam ao lado.

Há uma pedra,
sim,
que a lançadeira tem por dever de obrigação recuperar.

O poema parece amarelinha
se jogar a palavra uma vez ou duas
longe do céu desejado, encanto não há.

Palavra-pedrinha,
o poeta tem fé que ela cumpra uma sorte,
se o poema não é de todo agrado,
pula o de que não goste,
lê só o desejado.

Um comentário:

Laély disse...

Oi, Silvio!
Tenho um blog sobre casa, decoração,comidinhas e ideias...Um pouco, de tudo o que gosto. Poemas e textos, inclusive.
Procurando algo que ilustrassse e enriquecesse meu post de hoje, encontrei seu poema e tomei a liberdade de usá-lo, com os devidos créditos e link para o seu blog.
Se desejar que retire, por favor me avise, mas espero que goste:
http://saladala.blogspot.com/2009/09/se-quiser-pode-pular.html

Abraço e prazer em conhecer!